quinta-feira, 25 de junho de 2009

A Razão da Nossa Fé - parte 4


41. Em que sentido o crente é liberto do mal?
No sentido de não ser justificado, nem condenado pela Lei. Sobre isso, em Rm 3.28 Paulo diz — Concluímos, pois, que o homem é justificado pela fé, independentemente das obras da lei.
E em Rm 7:4-6 o apóstolo acrescenta — Assim, meus irmãos, também vós morrestes relativamente à lei, por meio do corpo de Cristo, para pertencerdes a outro, a saber, aquele que ressuscitou dentre os mortos, a fim de que frutifiquemos para Deus. Porque, quando vivíamos segundo a carne, as paixões pecaminosas postas em realce pela lei operavam em nossos membros, a fim de frutificarem para a morte. Agora, porém, libertados da lei, estamos mortos para aquilo a que estávamos sujeitos, de modo que servimos em novidade de espírito e não na caducidade da letra. (ou seja, a lei perdeu a razão de ser, por ser ultrapassada, por velhice)
Todavia, o crente tem o dever de pautar a sua vida segundo a retidão estabelecida pela Lei Moral, que o Novo Testamento mantém como norma de conduta .
42. Se o quarto mandamento ordena a guarda do Sábado porque não o guardamos?
O palavra Sábado, na Bíblia, deriva da palavra shabbath e significa repouso, descanso...
Na nossa língua, o sétimo dia da semana chama-se Sábado, mas isto não ocorre em todas as línguas. Em alemão, por exemplo, o sétimo dia da semana chama-se sonnabend (véspera do sol) ou samstag (dia de Saturno).
Em francês, samedi (dia de Saturno). Em inglês, saturday (dia de Saturno). Assim, o sétimo dia e o Sábado NÃO são a mesma coisa.
O que a Lei ordena é a guarda de um dia de descanso por semana. E isso nós todos guardamos. Quando guardamos o Domingo, estamos cumprindo o 4° Mandamento.
O calendário dos judeus lhes foi dado na saída do Egito. Ex 12.1-2 — Disse o SENHOR a Moisés e a Arão na terra do Egito: Este mês vos será o principal dos meses; será o primeiro mês do ano.
Os crentes em Cristo NÃO estão obrigados a guardar o mesmo dia da semana, que os judeus guardavam e muitos ainda guardam.
Guardando o Domingo, não estamos, portanto, quebrando o 4° Mandamento.
43. Por que guardamos o Domingo?
Por várias razões. Dentre elas, destacamos as seguintes:
1. Jesus ressuscitou no Domingo (Mt 28.1-10; Mc 16.1-8; Lc 24.1-12; Jo 20.1-10).
2. O Espírito Santo desceu sobre os crentes no dia de Pentecoste que foi um Domingo (At 2.l-4).
3. Os apóstolos e os discípulos, após a ressurreição de Cristo, passaram a guardar o Domingo. Em At 20.6-7 lemos — Depois dos dias dos pães asmos, navegamos de Filipos e, em cinco dias, fomos ter com eles naquele porto, onde passamos uma semana. No primeiro dia da semana, estando nós reunidos com o fim de partir o pão, Paulo, que devia seguir viagem no dia imediato, exortava-os e prolongou o discurso até à meia-noite.
4. O Novo Testamento chama o Domingo de Dia do Senhor.
5. A tentativa de levar os crentes a guardarem o Sábado, e não o Domingo, primeiro dia da semana, é inovação dos adventísta, sem nenhuma base na Palavra de Deus.
44. Quem ordenou o matrimônio e quais os seus objetivos?
O matrimónio foi ordenado por Deus (Gn 2.18-24), e tem como objetivos:
1. O mútuo auxílio de marido e mulher. 1Co 7.3-5 — O marido conceda à esposa o que lhe é devido, e também, semelhantemente, a esposa, ao seu marido. A mulher não tem poder sobre o seu próprio corpo, e sim o marido; e também, semelhantemente, o marido não tem poder sobre o seu próprio corpo, e sim a mulher. Não vos priveis um ao outro, salvo talvez por mútuo consentimento, por algum tempo, para vos dedicardes à oração e, novamente, vos ajuntardes, para que Satanás não vos tente por causa da incontinência.
2. A propagação da raça humana por sucessão legítima. Gn 1.27-28 — Criou Deus, pois, o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou. E Deus os abençoou e lhes disse: Sede fecundos, multiplicai-vos, enchei a terra e sujeitai-a; dominai sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus e sobre todo animal que rasteja pela terra.
3. Impedir a impureza. 1Co 7.2 — mas, por causa da impureza, cada um tenha a sua própria esposa, e cada uma, o seu próprio marido.
45. Quais são as regras básicas que a palavra de Deus estabelece para o casamento do crente?
São as seguintes:
1. Só pode se casar a pessoa que pode dar consentimento ajuizado.
2. O Crente deve casar-se somente no Senhor. Em 1Co.7:39 Paulo diz — A mulher está ligada enquanto vive o marido; contudo, se falecer o marido, fica livre para casar com quem quiser, mas somente no Senhor.
3. Não devem se casar as pessoas entre quais existem graus de consanguinidade, ou afinidades, proibidos pela moral e que podem acarretar lesões biológicas.
46. Em que circunstâncias a Palavra de Deus permite o divórcio?
Apenas em caso de adultério. Em Mt 19:9 Jesus diz assim — Eu, porém, vos digo: quem repudiar sua mulher, não sendo por causa de relações sexuais ilícitas, e casar com outra comete adultério, e o que casar com a repudiada comete adultério.
O divórcio també é permitido nos casos de deserção irreparável. 1Co 7.14-16 — Porque o marido incrédulo é santificado no convívio da esposa, e a esposa incrédula é santificada no convívio do marido crente. Doutra sorte, os vossos filhos seriam impuros; porém, agora, são santos. Mas, se o descrente quiser apartar-se, que se aparte; em tais casos, não fica sujeito à servidão nem o irmão, nem a irmã; Deus vos tem chamado à paz. 16 Pois, como sabes, ó mulher, se salvarás teu marido? Ou, como sabes, ó marido, se salvarás tua mulher?
Assim, o casamento no Senhor é indissolúvel por ser uma instituição divina. Significa a figura da união entre Cristo e a Igreja.
Mc 10.9 — Portanto, o que Deus ajuntou não separe o homem. — A tradução melhor não é esta, mas SIM > o que Deus ajuntou o homem não separa...
47. Que é a Igreja?
A Igreja é o corpo de Cristo formado por todos os Seus verdadeiros servos. Ef 1.22-23 — E pôs todas as coisas debaixo dos pés, e para ser o cabeça sobre todas as coisas, o deu à igreja, a qual é o seu corpo, a plenitude daquele que a tudo enche em todas as coisas.
Segundo a teologia reformada, há dois tipos de Igreja: a) A igreja invisível constituída por todos os que já foram salvos, dos que estão sendo salvos e dos que serão salvos (Hb.l2:23).
b) A Igreja visível ou militante, constituída por todos os que professam a fé em Jesus Cristo.
Da Igreja visível, no entanto, fazem parte tanto os verdadeiros crentes, como alguns não crentes. A Escritura diz que o joio está misturado com o trigo...
Nesta Igreja visível e militante, com todas as mazelas que a caracterizam, está, por exemplo, a igreja de Corinto... Ou seja, todas as Igrejas locais constituem a Igreja visível.
48. Como uma pessoa pode tornar-se membro de uma Igreja Presbiteriana?
A admissão de membros, na Igreja Presbiteriana, obedece aos seguintes critérios:
1. As pessoas balizadas na infância, numa Igreja Evangélica, são admitidas como membros da Igreja mediante a pública Profissão de Fé.
2. As pessoas que não foram balizadas numa Igreja Evangélica, devem receber o batismo e fazer a pública Profissão de Fé;
3. As pessoas que vêm de outra Igreja Evangélica, que não trazem carta de transferência, são admitidas pelo Conselho da Igreja, mediante solicitação, por jurisdição a pedido.
4. Quando um membro de Igreja Presbiteriana muda-se de um lugar para outro, deve providenciar sua carta de transferência. Caso não o faça, poderá ser arrolado por jurisdição ex-otício, depois de estar frequentando, pelo menos por um ano, a nova Igreja Presbiteriana.
49. Quais os deveres do membro da Igreja Presbiteriana?
Viver de acordo com a doutrina da Escritura Sagrada, honrar e propagar o Evangelho pela vida e pela palavra; sustentar, moral e financeiramente, a Igreja e suas instituições...
Obedecer às autoridades da Igreja, enquanto estas permanecerem fiéis aos Ensinos das Sagradas Escrituras; participar dos trabalhos e reuniões de sua Igreja, inclusive das assembleias administrativas.
50. Como é o governo da Igreja Presbiteriana?
O governo da Igreja local é exercido pelo Conselho, formado pelo Pastor, e pelos Presbíteros eleitos pela assembleia da Igreja. Sob a supervisão do Conselho, funciona a Junta Diaconal, constituída de todos os Diáconos da Igreja, também eleitos pela assembleia da Igreja local.
Os Diáconos cuidam da assistência social promovida pela Igreja e da ordem no Templo e suas dependências. Acima do Conselho estão os demais Concílios da Igreja: Presbitério, Sínodo e Supremo Concílio.
51. Que é Concílio?
É uma Assembleia constituída de Pastores e Presbíteros. Os concílios da Igreja Presbiteriana, em ordem ascendente, são os seguintes:
a) Conselho, que exerce jurisdição sobre a Igreja local;
b) Presbitério, que exerce jurisdição sobre Pastores e Conselhos; c) Sínodo, que exerce jurisdição sobre vários Presbitérios de determinada região;
d) Supremo Concílio, que exerce jurisdição sobre todos os Concílios.
De todos os atos e reuniões dos Concílios lavra-se uma Ata, que é submetida ao exame e apreciação do Concílio imediatamente superior ou, seja, o Presbitério examina as Atas dos Conselhos que lhe estão jurisdicionãdos, o Sínodo as Atas dos Presbitérios que lhe estão jurisdicionados, e o Supremo Concílio examina as Atas dos Sínodos.
52. Como se constituem os Concílios ?
No Conselho, o Pastor é o presidente e faz parte do Presbitério a que está subordinada a igreja. Os Presbíteros são eleitos pela Igreja local, para um mandato de cinco anos, podendo ser reeleitos.
O Conselho nomeia, a cada ano, o seu representante junto ao Presbitério, o qual é constituído dos pastores e do representante de cada Igreja.
Para o Sínodo de determinada região, cada Presbitério elege seus representantes, na seguinte proporção: Três pastores e três Presbíteros por Presbitério cujas igrejas tenham, em conjunto, até dois mil membros.
O Supremo Concílio é constituído de representantes, Pastores e Presbíteros, eleitos pelos Presbitérios, na seguinte proporção: Dois pastores e dois Presbíteros por Presbitério cujas Igrejas tenham, em conjunto, até dois mil membros., e mais um Pastor e um Presbítero para cada grupo de dois mil membros.
Os Presbitérios se reúnem, pelo menos, uma vez por ano; os Sínodos, de dois em dois anos, sempre nos anos ímpares; o Supremo Concílio, de quatro em quatro anos, sempre nos anos pares.
53. Quais os requisitos para um membro da Igreja ser eleito Presbítero ou Diácono?
Ser firme na fé, prudente no agir, discreto no falar e ser exemplo de santidade na vida (I Tm.3:l-13; Tt.l:5-9). Deve ser membro da Igreja em plena comunhão com ela, ser maior de 18 anos, civilmente capaz, assíduo e pontual no cumprimento de seus deveres e estar convicto de que Deus o chama para o exercício de qualquer destes ofícios.
54. Como se faz a disciplina de membros na Igreja Presbiteriana?
O membro da Igreja só pode ser disciplinado depois de processo eclesiástico regular. Este processo será instaurado mediante queixa ou denúncia, por escrito, apresentada por um membro ou oficial da Igreja.
Ao citar o faltoso para comparecer à reunião do conselho previamente marcada, deve o conselho mandar-lhe uma cópia da queixa ou denúncia, facultando-lhe, assim, ampla possibilidade de defesa.
As penas que podem ser aplicadas são as seguintes, de acordo com a gravidade da falta cometida: 1. Admoestação; 2. Afastamento da comunhão por tempo determinado, ou indeterminado; 3. Exclusão da Igreja, pena que só será aplicada quando o faltoso se mostrar incorrigível e contumaz.
Toda disciplina visa ao próprio bem do culpado, para corrigir escândalos, erros ou faltas, e para promover a honra de Deus e a glória de Jesus Cristo.
Toda pessoa disciplinada terá o direito à restauração de sua comunhão com a Igreja, mediante prova de arrependimento. O membro da Igreja que estiver sob disciplina, não pode participar dos sacramentos.
Amém

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