sexta-feira, 8 de maio de 2009

A Razão da Nossa Fé - parte 2


20. O Que é predestinação?
É a doutrina bíblica segundo a qual Deus já determinou o destino eterno de tudo, inclusive de todos os seres humanos. A Bíblia toda nos revela isso, mas temos dois textos que são fundamentais para compreendermos a Predestinação.
Rm 8:29-30 — Porquanto aos que de antemão conheceu, também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos. 30 E aos que predestinou, a esses também chamou; e aos que chamou, a esses também justificou; e aos que justificou, a esses também glorificou.
Rm 9:14-21 — Que diremos, pois? Há injustiça da parte de Deus? De modo nenhum! 15 Pois ele diz a Moisés: Terei misericórdia de quem me aprouver ter misericórdia e compadecer-me-ei de quem me aprouver ter compaixão. 16 Assim, pois, não depende de quem quer ou de quem corre, mas de usar Deus a sua misericórdia. 17 Porque a Escritura diz a Faraó: Para isto mesmo te levantei, para mostrar em ti o meu poder e para que o meu nome seja anunciado por toda a terra. 18 Logo, tem ele misericórdia de quem quer e também endurece a quem lhe apraz. 19 Tu, porém, me dirás: De que se queixa ele ainda? Pois quem jamais resistiu à sua vontade? 20 Quem és tu, ó homem, para discutires com Deus?! Porventura, pode o objeto perguntar a quem o fez: Por que me fizeste assim? 21 Ou não tem o oleiro direito sobre a massa, para do mesmo barro fazer um vaso para honra e outro, para desonra?
Assim, Deus já determinou o destino eterno de todas as pessoas, tanto dos que se salvam como dos que se perdem.
21. A doutrina da predestinação anula a pregação do evangelho?
Não, porque Deus, que nos predestinou para a salvação em Cristo, é o mesmo que "amou ao mundo de tal maneira, que deu o Seu Filho unigénito, para que todo o que nEle crê não pereça, mas tenha a vida eterna" (Jo.3:16).
Deus NÃO é o autor do pecado (Tg 1.12), não viola a liberdade humana, e não deseja a perdição do pecador (Ez 33:11).
O decreto divino da predestinação se cumpre segundo o propósito de Deus, que opera segundo Sua justiça e Sua graça. Os que buscam a Deus com sinceridade de alma, são tangidos por Seu Espírito misericordioso, e os que O rejeitam, fazem isso levados por sua própria soberba, como pessoas rebeladas contra Deus, e nas quais se manifesta a justiça divina, que retribui a cada um, segundo as suas obras.
22. A doutrina da predestinação se harmoniza com a lógica humana?
O pensamento e as ações de Deus NÃO precisam se submeter ao juízo da lógica humana. O próprio Deus afirma que os Seus pensamentos NÃO são os nossos pensamentos, nem os Seus caminhos, os nossos caminhos (Is.55:8,9).
Querer submeter a ação divina à razão humana é tentar colocar o homem na posição de soberano, e Deus, na de súdito.
23. Qual deve ser a atitude do crente diante da doutrina da predestinação?
Aceitá-la com profunda reverência e humildade, por estar fundamentada na Bíblia. Estar convicto de que a sua situação de crente em Jesus Cristo lhe dá a certeza de ser um predestinado para a salvação (Jo.4:44).
Louvar a Deus, ser diligente e abundante na obra do Senhor. 1 Co 15.58 afirma isso — Portanto, meus amados irmãos, sede firmes, inabaláveis e sempre abundantes na obra do Senhor, sabendo que, no Senhor, o vosso trabalho não é vão.
Além disso, devemos procurar crescer em santidade (I Pe.l:14-16; I Jo.3:3). A consciência de ser um predestinado deve ser uma aliada do crente na luta contra o pecado.
24. Que é pecado?
É a falta de conformidade com a Lei de Deus, ou qualquer transgressão dessa Lei. Isso inclui o nosso estado de decaídos (Rm.3.9-18, 23), a nossa disposição corrompida (Rm.7:21-23), as nossas omissões egoístas e nossos atos, pensamentos e palavras que não se harmonizam com a santa e perfeita vontade de Deus.
A esse respeito, Tg 4:17 diz — Portanto, aquele que sabe que deve fazer o bem e não o faz nisso está pecando.
25. Quais são as consequências do pecado?
A morte espiritual, ou seja, o rompimento da comunhão com Deus (Gn 2:15-17; 3:1-10), os castigos naturais e os sofrimentos resultantes dos erros cometidos (2 Sm 12:7-14; G1.6:7), a escravidão do pecado (Rm 7:18-24; Jo 8:34), a morte física e a perdição eterna (Ap 20:11-15).
Rm 5:12 — Portanto, assim como por um só homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado, a morte, assim também a morte passou a todos os homens, porque todos pecaram.
26. O Que fez o Filho de Deus para livrar o homem das consequências do pecado?
Diante da incapacidade do homem de se libertar, por si mesmo, do pecado, Deus estabeleceu um pacto com o Seu Filho, na eternidade, para salvar o pecador e restaurá-lo à comunhão com o Criador.
Sobre isso Ef. 1:3-14 diz — Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que nos tem abençoado com toda sorte de bênção espiritual nas regiões celestiais em Cristo, 4 assim como nos escolheu nele antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis perante ele; e em amor 5 nos predestinou para ele, para a adoção de filhos, por meio de Jesus Cristo, segundo o beneplácito de sua vontade, 6 para louvor da glória de sua graça, que ele nos concedeu gratuitamente no Amado, 7 no qual temos a redenção, pelo seu sangue, a remissão dos pecados, segundo a riqueza da sua graça, 8 que Deus derramou abundantemente sobre nós em toda a sabedoria e prudência, 9 desvendando-nos o mistério da sua vontade, segundo o seu beneplácito que propusera em Cristo, 10 de fazer convergir nele, na dispensação da plenitude dos tempos, todas as coisas, tanto as do céu, como as da terra; 11 nele, digo, no qual fomos também feitos herança, predestinados segundo o propósito daquele que faz todas as coisas conforme o conselho da sua vontade, 12 a fim de sermos para louvor da sua glória, nós, os que de antemão esperamos em Cristo; 13 em quem também vós, depois que ouvistes a palavra da verdade, o evangelho da vossa salvação, tendo nele também crido, fostes selados com o Santo Espírito da promessa; 14 o qual é o penhor da nossa herança, ao resgate da sua propriedade, em louvor da sua glória.
Esta aliança de Deus com Seu Filho é chamada, pelos teólogos, de Pacto da Redenção.
27. O Que fez o Filho de Deus para salvar o pecador?
Jesus Cristo, o Filho de Deus, escolhido e ordenado pelo Pai para ser o Mediador entre Deus e o homem, no cumprimento de Sua missão redentora, assumiu a forma humana (Jo.l:l, 14), nasceu da virgem Maria (Lc,l:26-38; 2:1-7), viveu vida santa e perfeita e tomou sobre Si mesmo o fardo de nossos pecados (Is. 53.4-5).
Padeceu em Sua alma os mais cruéis tormentos (Mt.26:38; Mc. 14:34; Lc.22:44) e, em Seu corpo, os maiores sofrimentos (Jo,18:12-13; Mc.l4:65; Jo,18:22; Mt.27:27-31, 46); foi preso e condenado inocentemente (Lc,23:4, 22, 47; Mt.27:24), foi crucificado, morto e sepultado, mas ressurgiu ao terceiro dia (Mt.28:l-10; I Co, 15:3-8), subiu ao céu (At. 1:9-11), onde está à direita de Deus Pai (Hb,10:12; 1 Pe 3:22), e de onde intercede pelos Seus servos (Rm.8:34; Hb.7:25).
Ao assumir a forma humana, tomou-se verdadeiramente homem, sem deixar de ser verdadeiramente Deus, possuindo ambas as naturezas, a divina e a humana, inteiramente perfeitas e distintas, inseparavelmente unidas em Sua Pessoa.
Como verdadeiro Deus e verdadeiro homem, Jesus realizou uma obra redentora completa, como nos mostra Hb.9:12 — não por meio de sangue de bodes e de bezerros, mas pelo seu próprio sangue, entrou no Santo dos Santos, uma vez por todas, tendo obtido eterna redenção.
28. Como a obra redentora de Cristo é aplicada ao pecador?
Deus, através do Espírito Santo, aplica ao pecador a obra redentora de Cristo, operando em nós a vocação eficaz, a regeneração, o arrependimento para a vida, a fé salvadora, a justificação, a adoção de filhos, a santificação e a glorificação.
29. O Que é vocação eficaz?
É uma atração irresistível que Deus (Rm.8:30), por meio da Palavra e do Espírito Santo (Rm 10.14-17; Jo.16:13-14; At 16:14, Ef4:1), exerce sobre o pecador, levando-o a aceitar a Cristo como seu único Salvador.
Se Deus não agisse no coração do pecador, todos, sem exceção, rejeitariam a salvação em Cristo. 1 Co 2:14 comprova essa afirmação, dizendo — Ora, o homem natural não aceita as coisas do Espírito de Deus, porque lhe são loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente.
Amém

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